Alunos da rede pública fazem filmes sobre monumentos naturais capixabas

29 de abril de 2015

FRAME_02_PENEDO

 

O Penedo (Vila Velha e Vitória), as Dunas de Itaúnas (Conceição da Barra) e os Três Pontões (Afonso Cláudio) estão inspirando uma série de animações feitas por estudantes da rede pública de educação. O Projeto Animazul Ambiental foi selecionado pelo Edital de Projetos Culturais de Valorização do Patrimônio Natural promovido pela Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult). A realização é do Instituto Marlin Azul.

A terceira oficina sobre a linguagem e as técnicas de animação foi realizada de 06 a 10 de abril na Escola Municipal José Cupertino, no bairro São Tarcísio, em Afonso Cláudio, envolvendo alunos de 10 a 12 anos de idade do sexto ano do ensino fundamental. A partir da orientação dos animadores Rosaria Ferreira e Marcelo Perin, da monitoria da animadora Ariane Piñeiro e do acompanhamento da educadora artística Yvana Belchior, os estudantes construíram uma história capaz de valorizar o patrimônio natural e estimular a preservação do meio ambiente.

Para a construção do roteiro, os professores da oficina promoveram uma pesquisa com os alunos, despertando a curiosidade e o interesse por conhecer a história, as características e os valores ambientais do patrimônio natural que marca o lugar onde vivem. A história contada e transformada em roteiro vai servir de base para a produção dos desenhos que comporão as cenas do filme. Com carga horária de 20 horas por semana, o curso foi ministrado das 13 às 17 horas, no contraturno escolar.

Penedo e Dunas de Itaúnas – O projeto realizou outras duas oficinas. De 03 a 07 de novembro de 2014, alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Anacleta Schneider Lucas, no Centro de Vitória, criaram um roteiro e desenharam as cenas da animação sobre o Penedo. De 09 a 13 de março deste ano foi a vez dos alunos de Escola Municipal de Ensino Fundamental Benônio Falcão de Gouveia, em Itaúnas, no município de Conceição da Barra, criarem uma animação sobre o patrimônio natural da região, as Dunas de Itaúnas. Após a edição e finalização da série, as animações serão exibidas nas escolas participantes e distribuídas para os alunos e unidades escolares. Em seguida, os filmes serão inscritos em mostras e festivais de abrangência regional e nacional, multiplicando o acesso das pessoas ao conteúdo educativo produzido em sala de aula.

Conheça as técnicas e brinquedos ópticos que integraram a oficina:

Desenho animado – Esta técnica, também conhecida como desenho sobre papel, é uma das mais conhecidas. Os desenhos de uma mesma sequência são feitos com o apoio de mesas de luz, e depois ganham movimento no computador.

Pixilation – É a técnica de animar pessoas. Os participantes são estimulados a usar fantasias e a criarhistórias, experimentando expressões corporais e movimentos. As cenas são fotografadas e repassadas para o computador, onde são manipuladas para que as imagens possam interagir com diversos cenários e outros personagens, criando o movimento da animação.

Massinha – Esta técnica permite aos participantes criar personagens e cenários com massa de modelar. Os objetos modelados são fotografados e as imagens transferidas para o computador, onde ganham movimento.

Recorte e fotografia – Consiste em utilizar recortes ou fotografias, tiradas pelos próprios alunos, para construir cenários e personagens.

Zootrópio – Este brinquedo óptico, criado no século 19, é o precursor do cinema e do desenho animado. Os participantes fazem desenhos em papel que são colocados no zootrópio, uma espécie de tambor que, ao ser girado, cria a ilusão do movimento.

Flipbook – Consiste em uma série de desenhos, com uma pequena modificação entre eles. Cada desenho vem em uma folha separada, como se fosse um livro. O movimento é criado quando as páginas são viradas rapidamente.

Taumatrópio – Aparelho óptico que, baseado na persistência das imagens na retina, dá a ilusão da combinação de duas figuras distintas postas em movimento.

Saiba mais sobre os monumentos naturais:  

Dunas de Itaúnas – As Dunas de Itaúnas estão localizadas na Vila de Itaúnas, a 28 quilômetros de Conceição da Barra. A antiga Vila, surgida há cerca de 300 anos, abrigava em torno de dois mil habitantes – segundo maior núcleo urbano de Conceição da Barra, antes de ser soterrada pelas dunas. Suas atividades básicas eram a pesca e a produção agrícola, transportadas pelo rio até a sede do município. A predatória extração de madeira na região, a partir dos anos 50, provocou a alteração da proteção das dunas, causando a degradação das áreas de restinga entre a Vila e o mar, iniciando a movimentação do “mar de areia” que, levado pelo vento nordeste, soterrou o antigo núcleo urbano. O soterramento levou alguns anos, chegando a encobrir a Igreja Matriz – que atingia altura superior a 20 metros – obrigando os moradores a transferir a Vila para o outro lado do Rio. Em 1964, ainda havia vestígios das últimas casas. Fugindo do desastre ecológico ocasionado pela degradação da restinga entre a vila e o mar, os moradores, em geral pescadores, foram se estabelecer na margem oposta do Rio Itaúnas, dando início ao atual povoado. (Catálogo de Bens Naturais tombados pelo CEC)

Três Pontões – Com 1.100 metros acima do nível do mar, a Pedra Três Pontões é considerada símbolo paisagístico e ambiental de Afonso Cláudio. Está distante cerca de oito quilômetros da cidade. Trata-se de um conjunto formado por três pontas com fendas enormes e profundas entre si, não havendo vegetação nas partes mais altas. Sua localização abrange as comunidades de Arrependidos, Córregos das Flores, Mata Fria e Alto Graminha, em uma área que totaliza 32 mil metros quadrados. (Catálogo de Bens Naturais tombados pelo CEC)

Penedo – O Penedo ergue-se a 133 metros acima do nível do mar e é considerado o guardião da ilha de Vitória, marcando a entrada de uma baía de flutuação de mais de 2,5 mil metros de extensão, por 650 metros de largura, por onde navegaram nos séculos passados, os barcos dos colonizadores, e mais recentemente, os navios de inúmeros países. Servia de ponto de apoio para a defesa de Vitória. Apesar de estar situado em Vila Velha, faz parte do cenário da Baía de Vitória. Este imponente monumento paisagístico, há muito decantado em verso e prosa, inspirou inúmeras crônicas do escritor capixaba Elpídio Pimentel, publicadas na revista Vida Capixaba, no final da década de 1920, e no livro “Quando o Penedo Falava”. Saint Hilaire e Charles Frederick Hardt classificaram-no como Pão de Açúcar do Espírito Santo, quando visitaram o Estado no final do século XIX. (Catálogo de Bens Naturais tombados pelo CEC)

Categorias: Notícia

Voltar