Cento e cinquenta estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental (5ª a 8ª série) de Vitória pegaram o trenzinho do caipira para viajar nas lembranças do maestro e compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959). O curta-metragem de animação “O Maestro do Tempo”, que reúne roteiro, desenhos e animação dos alunos da rede pública da capital, será lançado nesta quarta-feira (11/12), na Escola Municipal de Ensino Fundamental “São Vicente de Paulo”, no Centro de Vitória. A produção audiovisual é resultado das oficinas de roteiro e animação realizadas nas escolas pelo Projeto Animação durante o ano de 2013.
Serão apresentadas cinco sessões durante o turno da tarde, abrangendo todas as turmas da unidade de ensino. Às 18h30, a sessão de lançamento também será aberta à comunidade. Junto com o lançamento, os alunos assistirão a uma programação infanto-juvenil integrada ainda por curtas-metragens de animação produzidos por crianças e adolescentes em processos de inclusão audiovisual.
Este ano, estudantes da EMEF Eliane Rodrigues dos Santos (Ilha das Caieiras), da EMEF São Vicente de Paulo (Centro) e da EMEF Neusa Nunes Gonçalves (Vila Palestina) e do Ponto de Cultura Mirante (Jucutuquara) participaram de aulas sobre a linguagem e as técnicas da animação para construir uma história tendo como protagonista o brasileiro de fama e reconhecimento internacional.
O Projeto Animação é uma realização do Instituto Marlin Azul/Núcleo Animazul, com o patrocínio da EDP Escelsa, distribuidora de energia elétrica do Grupo EDP, e da ArcelorMittal Tubarão, e com o apoio do Instituto EDP.
O protagonista – Heitor Villa-Lobos nasceu em 1887, no Rio de Janeiro. Criador de mais de mil obras, o pianista, violoncelista, compositor e maestro contribuiu para transpor o muro entre a música erudita e a popular ao resgatar e valorizar os elementos sonoros da cultura regional. Ainda criança teve contato com as modas caipiras e os tocadores de viola que integram parte do folclore musical brasileiro. Aos seis anos de idade, aprendeu com o pai a tocar clarinete e violoncelo e a reconhecer o gênero, o estilo e a origem das músicas, assim como as notas musicais e os ruídos.
Sua formação clássica – especialmente o fascínio pela obra do alemão Johann Sebastian Bach – não o impediu de se reaproximar da música popular brasileira, mais precisamente do choro, ligado a uma vertente artística considerada marginal naquele período por representar a música tocada em ruas e praças.
Percorreu o interior do Brasil, incluindo a Floresta Amazônica, para estudar a identidade cultural do povo, costumes e manifestações culturais brasileiras. Embrenhou-se por sertões, fazendas e engenhos com a finalidade de ouvir e recolher cantos e danças populares.
Tornou-se conhecido em todo o mundo. Dentre suas composições mais famosas estão a ária cantilena da obra Bachianas Brasileiras nº 05 e o trecho “Trenzinho do Caipira” que pertence às Bachianas Brasileiras nº 02. Uma das marcas da sua trajetória é a valorização dos espetáculos corais ao ar livre, mais conhecidos como “concentrações orfeônicas” que chegam a reunir 44 mil vozes. Por meio da sua atuação em cargos públicos ligados à educação, estimulou o ensino da música e do canto orfeônico nas escolas. Faleceu aos 72 anos, no ano de 1959, vítima de câncer.
As oficinas – A partir de informações sobre a vida e a obra de Villa-Lobos, os alunos criaram o roteiro com a orientação da cineasta e montadora Luelane Corrêa, formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Em seguida, coordenados pela animadora carioca Rosaria, os estudantes utilizaram técnicas de animação, como desenho em papel, animação em massinha, recorte e pixilation (técnica de animar pessoas através do uso da fotografia digital), para montar a história em homenagem a Villa-Lobos. As crianças e adolescentes imaginaram uma história em que o compositor embarca numa viagem no tempo e nas lembranças para descobrir as riquezas culturais guardadas em cada canto do país.
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