Villa-Lobos é tema de animação feita por alunos da rede pública

29 de abril de 2013

Projanimação (45)

Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental “São Vicente de Paulo” estão descobrindo um dos mais importantes compositores brasileiros: Heitor Villa-Lobos. O artista foi apresentado às crianças e adolescentes durante a Oficina de Roteiro do Projeto Animação realizada em abril.

Esta é a primeira das cinco oficinas que resultarão na realização do novo filme com roteiro, direção, desenhos e animação de alunos do 6º ao 9º ano (5ª a 8ª série) de escolas de ensino fundamental da rede pública da Grande Vitória. O projeto tem realização do Instituto Marlin Azul/Núcleo Animazul e conta com patrocínio da EDP Escelsa e da ArcelorMittal Tubarão.

Além de articular a cultura audiovisual com outros saberes como a música, a história e a literatura, o projeto abre novos horizontes de cultura, informação e relações sociais para estudantes da rede pública através de atividades de criação coletiva que estimulam a participação, o diálogo, o compartilhamento, a cooperação e o respeito, contribuindo para a redução da violência e promovendo a cultura de paz.

O protagonista – Heitor Villa-Lobos nasceu em 1887, no Rio de Janeiro. Criador de mais de 1.000 obras, o pianista, violoncelista, compositor e maestro contribuiu para transpor o muro entre a música erudita e a popular ao resgatar e valorizar os elementos sonoros da cultura regional. Ainda criança teve contato com as modas caipiras e os tocadores de viola que integram parte do folclore musical brasileiro. Aos seis anos de idade, aprendeu com o pai a tocar clarinete e violoncelo e a reconhecer o gênero, o estilo e a origem das músicas, assim como as notas musicais e os ruídos.

Sua formação clássica – especialmente o fascínio pela obra do alemão Johann Sebastian Bach – não o impediu de se reaproximar da música popular brasileira, mais precisamente do choro, ligado a uma vertente artística considerada marginal naquele período por representar a música tocada em ruas e praças.

Percorreu o interior do Brasil, incluindo a Floresta Amazônica, para estudar a identidade cultural do povo, costumes e manifestações culturais brasileiras. Embrenhou-se por sertões, fazendas e engenhos com a finalidade de ouvir e recolher cantos e danças populares.

Tornou-se conhecido em todo o mundo. Dentre suas composições mais famosas estão a ária cantilena da obra Bachianas Brasileiras nº 05 e o trecho “Trenzinho do Caipira” que pertence às Bachianas Brasileiras nº 02. Uma das marcas da sua trajetória é a valorização dos espetáculos corais ao ar livre, mais conhecidos como “concentrações orfeônicas” que  chegam a reunir 44 mil vozes. Por meio da sua atuação em cargos públicos ligados à educação, estimulou o ensino da música e do canto orfeônico nas escolas. Faleceu aos 72 anos, no ano de 1959, vítima de câncer.

As oficinas – A partir de informações sobre a vida e a obra de Villa-Lobos, a primeira turma de alunos está construindo o roteiro de forma coletiva com a orientação da cineasta, diretora e montadora, Luelane Corrêa, formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. A história em homenagem ao maestro será transformada em imagens pelos alunos das escolas seguintes, utilizando técnicas de animação como desenho em papel, animação em massinha, recorte e pixilation (técnica de animar pessoas através do uso da fotografia digital).

O que é o Projeto Animação – Criado em 2001, o Projeto Animação tem por objetivo desenvolver as formas de expressão, democratizando o acesso aos bens culturais pela população infanto-juvenil local. A cada edição, um novo filme é produzido por novas turmas de alunos, possibilitando a inclusão e o desenvolvimento do saber audiovisual para turmas de crianças e adolescentes.

Desde a criação do projeto foram realizados os seguintes curtas-metragens: “Mangue e Tal” (2002); “Portinholas” (2003); “Zen ou Não Zen? Eis a questão” (2004); “Vitória pra Mim” (2005); “Albertinho” (2006); “Ele” (2007); “Mestre Vitalino e Nós no Barro” (2008), “Um Fio de Esperança” (2009) e “As Curvas de Niemeyer” (2010). Depois do lançamento, em cada edição, as obras seguem um roteiro de mostras e festivais locais e nacionais, multiplicando o acesso aos conteúdos por públicos de diferentes idades. Os filmes também são distribuídos gratuitamente para bibliotecas públicas, cineclubes e pontos de cultura..

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