Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental “São Vicente de Paulo” estão descobrindo um dos mais importantes compositores brasileiros: Heitor Villa-Lobos. O artista foi apresentado às crianças e adolescentes durante a Oficina de Roteiro do Projeto Animação realizada em abril.
Esta é a primeira das cinco oficinas que resultarão na realização do novo filme com roteiro, direção, desenhos e animação de alunos do 6º ao 9º ano (5ª a 8ª série) de escolas de ensino fundamental da rede pública da Grande Vitória. O projeto tem realização do Instituto Marlin Azul/Núcleo Animazul e conta com patrocínio da EDP Escelsa e da ArcelorMittal Tubarão.
Além de articular a cultura audiovisual com outros saberes como a música, a história e a literatura, o projeto abre novos horizontes de cultura, informação e relações sociais para estudantes da rede pública através de atividades de criação coletiva que estimulam a participação, o diálogo, o compartilhamento, a cooperação e o respeito, contribuindo para a redução da violência e promovendo a cultura de paz.
O protagonista – Heitor Villa-Lobos nasceu em 1887, no Rio de Janeiro. Criador de mais de 1.000 obras, o pianista, violoncelista, compositor e maestro contribuiu para transpor o muro entre a música erudita e a popular ao resgatar e valorizar os elementos sonoros da cultura regional. Ainda criança teve contato com as modas caipiras e os tocadores de viola que integram parte do folclore musical brasileiro. Aos seis anos de idade, aprendeu com o pai a tocar clarinete e violoncelo e a reconhecer o gênero, o estilo e a origem das músicas, assim como as notas musicais e os ruídos.
Sua formação clássica – especialmente o fascínio pela obra do alemão Johann Sebastian Bach – não o impediu de se reaproximar da música popular brasileira, mais precisamente do choro, ligado a uma vertente artística considerada marginal naquele período por representar a música tocada em ruas e praças.
Percorreu o interior do Brasil, incluindo a Floresta Amazônica, para estudar a identidade cultural do povo, costumes e manifestações culturais brasileiras. Embrenhou-se por sertões, fazendas e engenhos com a finalidade de ouvir e recolher cantos e danças populares.
Tornou-se conhecido em todo o mundo. Dentre suas composições mais famosas estão a ária cantilena da obra Bachianas Brasileiras nº 05 e o trecho “Trenzinho do Caipira” que pertence às Bachianas Brasileiras nº 02. Uma das marcas da sua trajetória é a valorização dos espetáculos corais ao ar livre, mais conhecidos como “concentrações orfeônicas” que chegam a reunir 44 mil vozes. Por meio da sua atuação em cargos públicos ligados à educação, estimulou o ensino da música e do canto orfeônico nas escolas. Faleceu aos 72 anos, no ano de 1959, vítima de câncer.
As oficinas – A partir de informações sobre a vida e a obra de Villa-Lobos, a primeira turma de alunos está construindo o roteiro de forma coletiva com a orientação da cineasta, diretora e montadora, Luelane Corrêa, formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. A história em homenagem ao maestro será transformada em imagens pelos alunos das escolas seguintes, utilizando técnicas de animação como desenho em papel, animação em massinha, recorte e pixilation (técnica de animar pessoas através do uso da fotografia digital).
O que é o Projeto Animação – Criado em 2001, o Projeto Animação tem por objetivo desenvolver as formas de expressão, democratizando o acesso aos bens culturais pela população infanto-juvenil local. A cada edição, um novo filme é produzido por novas turmas de alunos, possibilitando a inclusão e o desenvolvimento do saber audiovisual para turmas de crianças e adolescentes.
Desde a criação do projeto foram realizados os seguintes curtas-metragens: “Mangue e Tal” (2002); “Portinholas” (2003); “Zen ou Não Zen? Eis a questão” (2004); “Vitória pra Mim” (2005); “Albertinho” (2006); “Ele” (2007); “Mestre Vitalino e Nós no Barro” (2008), “Um Fio de Esperança” (2009) e “As Curvas de Niemeyer” (2010). Depois do lançamento, em cada edição, as obras seguem um roteiro de mostras e festivais locais e nacionais, multiplicando o acesso aos conteúdos por públicos de diferentes idades. Os filmes também são distribuídos gratuitamente para bibliotecas públicas, cineclubes e pontos de cultura..
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