Domingo na praça com cinema em Muniz Freire

16 de setembro de 2013

m.freire.12

Por Warlise Weller

O dia (15/09) acordou ensolarado com uma leve preguiça de fim de semana. Nossa caravana sobe a serra em direção à Muniz Freire.  O caminho é uma série de paisagens bucólicas, singelas com paredões majestosos.

Assim que chegamos, encontramos o que precisávamos: comida! Já passava de duas da tarde e a barriga chorava. Com as forças refeitas fomos para a praça principal, palco do cinema desta noite. A organização fluiu e, em pouco tempo, a rua estava interditada, o ponto de luz à nossa disposição e fomos ganhando a simpatia e ajuda de quem circulava pela praça. A cidade tem um ritmo tranquilo, ruas sossegadas, moradores passeando e brincando na praça, que é o eixo central da cidade.

A catedral fica na parte mais elevada da cidade e domingo é dia de missa. Atrasamos um pouco a nossa programação para que os fiéis também pudessem assistir à sessão. A movimentação já era grande e, devagarinho, todas as cadeiras estavam ocupadas. A plateia conversava animadamente enquanto desfrutava da pipoca que era distribuída. A novidade do cinema na rua contagiou os moradores. Crianças, jovens, adultos, senhores e senhoras, todos compareceram. A sensação era a de uma praça em festa, mas assim que iniciamos a programação, o silêncio e a concentração do público surpreenderam.

O repertório de Noel Rosa estava em perfeita harmonia com o astral do domingo na praça. O curta-metragem “Ele” abre a sessão com força. A animação que segue, “Eu Queria ser um Monstro”, arranca boas gargalhadas do público. Após os filmes de animação, é hora de conhecer a história “A Galinha ou Eu”, de Denízia Moresqui, que tem sido preferência de público em quase todas as sessões. Com a praça totalmente cheia, observamos os suspiros e sorrisos que a ficção “Quando o Universo Conspira” provoca. O filme mostra de um jeito delicado a timidez de um adolescente ao abordar uma garota de sua escola. Aplausos revelam a animação da plateia. O público se deleita com as histórias de “O Dono do Carnaval” e “Brilhantino”.

Quando a sessão acabou, os olhares se viraram para o projetor na esperança de ver mais filmes. O brinde da noite ficou por conta do filme “Valei-me São Sebastião é o Fim do Mundo”. O sotaque baiano conquistou a plateia que se divertiu com a comédia dirigida por Marcondes Dantas, realizada na segunda edição do projeto Revelando os Brasis.

Depois da sessão, a praça continuou lotada. A votação do júri popular também foi divertida. Todos querendo votar na sua história preferida e participar do sorteio de um DVD com filmes. Conversando com duas moradoras antigas, fiquei sabendo que Muniz Freire já teve uma sala de cinema um dia. Seus relatos remetem a boas lembranças e a uma pitada de saudosismo. Observo a praça colorida de pessoas e tento imaginar, como seria se todas as praças tivessem um espaço de cinema ao ar livre, um cineclube nas praças. A experiência em Muniz Freire provou que aqui isto seria totalmente possível.

A caravana segue para mais uma apresentação no município de Alegre. Hoje estaremos em Rive, na rua principal, em frente à escola local.

Fotos: Gustavo Louzada

 

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