Pessoas com deficiência visual aprenderão a descrever cenas de cinema

18 de agosto de 2012

Uma imagem pode valer mais que mil palavras. Mas as palavras certas podem descrever para uma pessoa com deficiência visual tudo o que um vidente consegue ver durante um filme. O recurso que possibilita a um não-vidente assistir a uma obra audiovisual por meio do detalhamento oral das cenas será tema da oficina gratuita “Audiodescrição por Nós Mesmos”.

As aulas serão ministradas pela especialista em Tradução Audiovisual com ênfase em acessibilidade pela Universidade Autônoma de Barcelona e professora do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, Eliana Paes Cardoso Franco, nos dias 24 e 25 de agosto, no Cineclube do Instituto Marlin Azul, em Vitória.

O projeto, proposto pela animadora Marinéia Anatório, integrante do Núcleo Animazul, foi selecionado em 2012 por meio de Edital Núcleo de Criação, promovido pelo Rede Cultura Jovem da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com patrocínio do Instituto Sincades, e a parceria do Instituto Marlin Azul, do Projeto Arte sem Limites e do Instituto Galpão.

A iniciativa prevê a pesquisa, capacitação e aplicação do recurso em dois curtas-metragens capixabas de animação: “As Curvas de Niemeyer”, dirigido por 150 alunos de ensino fundamental da Rede Municipal de Educação de Vitória, e “Aventuras e Movimentos”, dirigido por alunos do projeto Arte sem Limites. Além da audiodescrição de filmes para cegos, a oficina também produzirá a legendagem específica das obras para acesso de pessoas com deficiência auditiva.

A acessibilidade – De acordo com o recurso, a audiodescrição é feita no espaço e no tempo em que não acontecem os diálogos, preservando o áudio das obras cinematográficas e proporcionando ao deficiente visual um maior entendimento da combinação de elementos visuais e sonoros de uma obra cinematográfica.

O projeto quer promover o estudo e a utilização da audiodescrição na tradução de obras audiovisuais, peças de teatro, espetáculos circenses, entre outros eventos culturais que, na maior parte das vezes, estão despreparados para oferecer estas possibilidades de inclusão.

Inscrições gratuitas – A oficina será oferecida a alunos do Ponto de Cultura Animazul e do Arte Sem Limites, que reúne pessoas com deficiência visual, auditiva, cadeirantes, autistas. Mais quatro vagas serão abertas para quem tem mais de 18 anos, ensino médio completo e deseja aprender um pouco sobre a audiodescrição. Basta se inscrever através do site www.animazul.org.br

“Audiodescrição por Nós Mesmos” resultará na produção de um DVD com as duas animações capixabas com audiodescrição, com opção de legendas em português, permitindo a fruição de pessoas com deficiência visual, auditiva e intelectual. As cópias serão distribuídas gratuitamente para diversas instituições ligadas às deficiências..

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